terça-feira, 23 de novembro de 2010

Herpetologia

   A herpetologia é um ramo da zoologia dedicado ao estudo dos répteis e anfíbios: sua classificação, ecologia, comportamento, fisiologia e paleontologia.
(Réptil)
(Anfíbio)

Classificação dos Anfíbios

                                                                                      
Ápodes: Cecílias
Urodelos: Salamandras, Tritões e Proteus
Anuros: Sapos,Rãs e Pererecas









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Reprodução
 
   Nos sapos, rãs e pererecas, os sexos são separados. A fecundação é externa, em meio aquático. As fecundações vão ocorrendo, e cada ovo possui uma membrana transparente que contém, no seu interior, um embrião em desenvolvimento que consome, para a sua sobrevivência, alimento rico em reservas originadas do óvulo.  


   Após certo tempo de desenvolvimento, de cada ovo emerge uma larva sem patas, o girino, contendo cauda e brânquias. Após certo tempo de vida na água, inicia-se uma série de modificações no girino, que prenunciam a fase adulta. A metamorfose consiste na reabsorção da cauda e das brânquias e no desenvolvimento dos pulmões e das quatro patas.

Anfíbios

   O nome do grupo, anfíbios (do grego, amphi - dos dois lados + bios = vida), foi dado em razão da maioria de seus representantes possuírem a fase larval aquática e de respiração branquial (lembre-se dos girinos) e uma fase adulta, de respiração pulmonar e cutânea, que habita o meio terrestre úmido.
Os anfíbios não são encontrados no ambiente marinho, apenas na água doce e em ambiente terrestre.



 Temperatura corporal

   Os anfíbios, assim como os peixes e os répteis, são animais pecilotérmicos: a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente. 


Respiração e circulação de sangue

   Os anfíbios adultos precisam viver perto da umidade: sua pele é fina e pobremente queratinizada, muito sujeita à perda de água. Uma fina epiderme, dotada de inúmeras glândulas mucosas, torna a pele úmida e lubrificada, constituindo-se de um importante órgão respiratório.

   Nos sapos, os pulmões são extremamente simples, equivalem a dois "sacos" de pequeno volume e de pequena superfície de trocas gasosas. Essa característica é que aumenta a importância da pele como órgão respiratório.

   O coração apresenta três cavidades: dois átrios (um direito e um esquerdo) e um ventrículo. O sangue pobre em O2, vindo dos pulmões, entra no átrio esquerdo. Os dois tipos de sangue passam para o único ventrículo onde se misturam, ainda que parcialmente. Do ventrículo, o sangue é bombeado para a cabeça, tronco e pulmões.

   A circulação é dupla e incompleta: dupla, porque o sangue passa duas vezes pelo coração a cada ciclo de circulação, incompleta, porque o ventrículo é único e nele o sangue arterial e venoso se misturam.

Alimentação e digestão

   Em geral, os anfíbios se alimentam de insetos, embora as espécies mais corpulentas, como a rã-touro americana, cheguem a capturar peixes e pássaros. A língua, pegajosa, projeta-se para fora da boca a fim de capturar as presas e se retrai. Possuem dentes de pequeno tamanho. O reto, parte final do intestino, desemboca numa cloaca a que também se liga a bexiga. Os dejetos líquidos que se geram no corpo são expulsos pelos rins e condutos urinários.
 

 





segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Conservação dos répteis brasileiros: os desafios para um país megadiverso (Resumo do artigo)

*Este post é baseado no artigo de Miguel T. Rodrigues
Departamento de zoologia, instituto de biociências, Universidade de São Paulo.

                                         Taxonomia e Conservação

   O Brasil tem a fauna e flora mais ricas de toda a América Central e do Sul, mas a maioria das informações sobre répteis é ainda preliminar.
    A Amazônia abriga a maioria dos lagartos e anfisbenídeos (109 espécies). O Cerrado e a Mata Atlântica tem 70 e 67 espécies registradas, respectivamente. Os números são menores na Caatinga (45 espécies) e áreas de transição como o Pantanal do Mato Grosso e os campos rupestres (cada um com 12 espécies). Se incluirmos os enclaves de floresta úmida na Caatinga (os brejos nordestinos do Brasil), o número de espécies sobe para 73, comparável ao do Cerrado e da Mata Atlântica. A Amazônia possui também a maior diversidade de cobras (138 espécies), seguida pela Mata Atlântica (com 134), o Cerrado (117) e a Caatinga (45). A Caatinga permanece em último lugar mesmo incluindo os brejos nordestinos (o número sobe para 78).

                                                                                            (Lagarto Ameiva-ameiva)
    Embora tais números dêem uma idéia das diferenças faunísticas entre esses principais biomas, eles não são diretamente comparáveis porque alguns grupos complexos tendem a ser mais prevalentes em um ou outro ecossistema, e alguns receberam revisões taxonômicas modernas e completas (se não exaustivas). Uma revisão do gênero Tropidurus, por exemplo, aumentou a diversidade de espécies típicas de áreas abertas (Rodrigues, 1987; Frost et al., 2001). O mesmo ocorrerá quando outros gêneros, como Cnemidophorus, forem revisados, aumentando ainda mais o número de espécies e de endemismos(grupos taxonómicos que se desenvolveram numa região restrita.) nas formações abertas. Da mesma forma, as diferenças nas extensões em que cada região e bioma foi inventariado são ainda grandes o bastante para influenciar os números.
                                    
                                                              (Lagarto do gênero Cnemidophorus)
  Exceto possivelmente pelos Crocodylia, o número de espécies de répteis brasileiros é ainda subestimado, devido a inventários insuficientes e ao pequeno número de taxonomistas. Inventários em novas áreas, freqüentemente, revelam novas espécies. Além das taxonomias precariamente definidas dos grupos mais complexos, numerosas novas espécies estão nos laboratórios aguardando descrição. Em termos de conhecimento da diversidade biológica do Brasil, ainda estamos na fase exploratória e nenhum grupo deve ser considerado como tendo pouca importância biológica sem exaustivos inventários e pesquisas de campo.  Quase todos os répteis brasileiros conhecidos ocorrem, provavelmente, em uma ou mais unidades de conservação, mas a mera manutenção de uma única população é obviamente insuficiente para proteger a variabilidade genética dos componentes populacionais das espécies. Para aperfeiçoar a representação, precisamos de um melhor entendimento de suas distribuições – pesquisas de campo estratégicas e bases de dados eletrônicas das coleções de museus são indispensáveis.

                                                 Principais Ameaças

   A destruição do habitat é a ameaça principal. Com a destruição total dos habitats haverá a perda de muitas espécies.
   Ameaça importante também é a do ser humano que, por antipatia e medo, mata cobras e anfisbenas quando as encontram, além de caçar jacarés e tartarugas por suas carnes, ovos e pele. Um melhor monitoramento da situação dos jacarés e tartarugas vem surtindo efeito sobre o número de espécies caçadas.
   A destruição dos rios é outra ameaça de grande risco. Ela pode ser causada por erosão, assoreamento e poluição das águas, que modificam margens de rios, praias e nichos térmicos. Pelo fato da diferenciação sexual de jacarés e tartarugas ser determinada pela temperatura de incubação, mudanças térmicas podem resultar em desvio sexual.
   Represas hidrelétricas são aparentemente ameaças localizadas, somente no trecho onde é construido as represas. A modificação dos rios e a expulsão das espécies dos rios podem afetar a longo prazo florestas próximas, alterando todo um ecossistema.
   A mineiração, por alterar também rios, é outra das principais ameaças. Promove a alteração da qualidade da água e do balanço hidrico, além de destruir e degradar a integridade fisica de córregos e rios.
   Agroquímicos são perigosos em áreas de agricultura, onde se desconhece os efeitos a longo prazo. Em casos assim o ideal é monitorar as populações de répteis.


                                               Espécies ameçadas

   Segundo o Ibama em 2003, somente 20 espécies de répteis estão na lista de espécies ameçadas de extinção no Brasil, apesar da ampla destruição da vegetação e paisagens naturais.
   A Jibóia, a Jararaca-de-Alcatraz e a Jararaca Ilhoa estão criticamente em perigo assim como o Lagarto tropidurideo e a tartaruga-de-couro.






                          (jibóia)                                                                                 (Tartaruga-de-couro)
   As principais ameaças para essas espécies é que    elas são muito raras e se distribuem em ambientes muito restritos. No caso das tartarugas, elas estão em risco por serem extremamente predada pelo ser humano (valor comercial) e por serem vulneráveis à redes de pesca, etc.
   Alguns estados do sul e sudeste do Brasil,onde ocorrem a maioria das espécies ameaçadas, tem decretado leis estaduais para sua proteção, e em 2001, o Ibama estabeleceu o Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios com a missão de pesquisar  e conservar os anfibios e répteis ameaçados de extinção e comercialmente importantes.

                                                        Discussão

   Com isso sabemos que áreas protegidas são a melhor maneira de conservação dos répteis do Brasil, apesar delas estarem sujeitas a outras ameaças como incendios, etc. Dependendo de varios fatores como tamanho e localização é inevitável a extinção de algumas espécies.

   É necessário definir e integrar os objetivos da conservação a curto, médio e longo prazos para assegurar que, ao longo do tempo, pelo menos algumas das áreas protegidas existentes possam ser mais que somente laboratórios.

   Portanto, entender os padrões de diversidade, monitorar a variabilidade genética das populações nessas áreas e comparar as populações com aquelas isoladas em tempos diferentes no passado seriam contribuições inestimáveis à conservação no Brasil.

Curiosidades

- A RÃ-VOADORA habita as florestas do Sudoeste Asiático. Possui corpo esguio e dedos invulgarmente compridos. Na verdade não consegue voar, mas plana muito bem. Quando salta de uma árvore para outra afasta bem os dedos e então a membrana interdigital (que fica entre os dedos) transforma cada uma das patas num pára-quedas e a rã cai suavemente no ar, até chegar ao tronco de uma outra árvore.



- O SAPO-PARTEIRO vive na Europa Ocidental. Este animal acasala em terra, o que é muito raro nos anfíbios. A fêmea põe cerca de 50 ovos e, após a fecundação, o macho enrola cuidadosamente a fiada de ovos em volta dos membros posteriores, transporta-os durante um período que pode ir até um mês e meio e deposita-os, por fim, em água quando os girinos estão prontos a nascer.


- O LAGARTO-DE-COLAR, da Austrália Setentrional, tem uma táctica eficiente de afastar os predadores. É um animal esguio, com pouco mais de um metro de comprimento, mas que quando se assusta, pode-se transformar num ser medonho. O lagarto ergue-se, ficando apoiado apenas nas patas traseiras, balança-se de um lado para o outro, abre a sua enorme boca para exibir o vistoso interior e solta um silvo estridente. As cartilagens ligadas à língua endurecem e fazem subir um enorme colar franzido, com cerca de 30 cm de diâmetro, densamente salpicado de pontos dourados e alaranjados, que contrasta com o seu corpo acinzentado. Não admira que um presumível predador bata em retirada. Passado o perigo, o colar é recolhido e o animal volta às suas tarefas habituais. O colar também serve para controlar a temperatura. Quando têm frio abrem-no ao sol. A sua pele fina está cheia de vasos sanguíneos que absorvem o calor e o transferem para a corrente sanguínea. Quando o lagarto tem muito calor, expõe o colar aberto a uma brisa refrescante para perder calor.


Classificação de Répteis

Quelônios: São as tartarugas, os jabutis e os cágados







 
Crocodilianos: São os crocodilos e os jacarés









Escamados: São os lagartos e as serpentes (estas mais comumente chamadas de cobras). Estes se dividem em:

Lacertílios - Compreendem os lagartos, os camaleões e as lagartixas










 Ofídeos - Compreendem as serpentes ou cobras, répteis que não têm pernas





         

                                            Reprodução

    O sistema reprodutor dos répteis foi um importante fator de adaptação desses animais ao ambiente terrestre. Os répteis fazem a fecundação interna: o macho introduz os espermatozóides no corpo da fêmea.
    A maioria é ovípara, ou seja, a fêmea põe ovos, de onde saem os filhotes. Esses ovos têm casca rígida e consistente como couro. Os ovos se desenvolvem em ambiente de baixa umidade.
                        
    A fecundação interna e os ovos com casca representam um marco na evolução dos vertebrados, pois impediram a morte dos embriões por desidratação. Assim, em ralação a reprodução, os répteis tornaram-se independentes da água.

Répteis

   O nome réptil vem do latim reptare, que significa "rastejar".
   Eles surgiram há cerca de 300 milhões de anos, tendo provavelmente evoluído de certos anfíbios. Foram os primeiros vertebrados efetivamente adaptados à vida em lugares secos, embora alguns animais deste grupo, como as tartarugas, sejam aquáticos. 
  A Terra já abrigou formas gigantescas de répteis, como os dinossauros. Hoje esse grupo é representado por animais de porte relativamente menor, como os jacarés, tartarugas, cobras e lagartos.  

Jararaquinha Dormideira

                                Temperatura corporal

   Os répteis, assim como os peixes e os anfíbios, são animais pecilotérmicos: a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente. 


                                Respiração e circulação de sangue
   
A respiração dos répteis é pulmonar; seus pulmões são mais desenvolvidos que os dos anfíbios, apresentando dobras internas que aumentam a sua capacidade respiratória.
   Os pulmões fornecem aos répteis uma quantidade suficiente de gás oxigênio, o que torna "dispensável" a respiração por meio da pele, observada nos anfíbios. Aliás, com a grande quantidade de queratina que apresenta, a pele torna-se praticamente impermeável, o que impossibilita a aquisição de gás oxigênio.
   O coração da maioria dos répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos. Nos ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue não-oxigenado. Nos répteis crocodilianos (crocodilo, jacarés), os dois ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o sangue não-oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração.
                               
                                             Alimentação e digestão
  
    Em sua maioria, os répteis são animais carnívoros; algumas espécies são herbívoras e outras são onívoras. Eles possuem sistema digestório completo. O intestino grosso termina na cloaca.  

Cobra se alimentando